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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Absorver a Obra: eis a questão!

Nota: 
Antes já foi apresentado aqui neste espaço um artigo sobre a Igreja Cristã Maranata, “igreja evangélica”, pouco conhecida, porém carregada de muitas contradições bíblicas, ao tanto de ter quem afirme que a mesma seja uma seita evangélica em vez de uma simples denominação.
Segue um artigo e eu diria até mais que isso _ um trabalho_ e de mestre dedicado, que expõe com muita precisão e responsabilidade os meandros da doutrina interna da citada seita evangélica e seu consequente efeito sobre a igreja do Senhor. Igreja do Senhor sim, porque aqueles que comungam do mesmo espaço nem sempre comungam do mesmo espírito, embora sofram com isso; mas graças a Deus que temos varões valorosos levantados por Ele como verdadeiros atalaias que não cessam de denunciar o engodo no qual estiveram por algum tempo imergidos; e por isso, com propriedade é que podem denunciar, pois estiveram lá!
Lembrando aos leitores que alguns jargões são próprios da seita, fazendo parte de seu exclusivismo aplicado, e particularidades que propositadamente são apresentadas aos membros; fruto de sua excentricidade para diferencial das demais denominações, próprio de seu sectarismo.

Segue...



Caminhos de pastos secos (que tristeza!) e o berrante desperta a maranada para mais um dia de servidão: Todos os que absorvem a OBRA são aqueles que serão usados! Caso algum beato icemita (que sonha ser dono de rebanho) não absorva o ensino introjetado nas unidades locais, nos cultos proféticos e nos seminários da Obra, o mandante do rebanho rugirá: Toma o que é teu e retira-te. Leva contigo: críticas, argumentos, teologias, cultura, prepotência, acusações e etc. (Cf. MENSAGEM DO SÉTIMO PERÍODO, 2007, p. 10-11)

Como droga estupefaciente, a formatação faz parte do projeto de salvação dos que serão usados como servos da Obra… e dura muitos anos. Demais, a absorção de Obra (algo que faz segredos de coisas insignificantes) é exigida como condição de formatação inconsciente do eu-icemítico facilmente manipulável e obediente ao sistema. Impaciente como sempre, o mestre dos mestres não permite perguntas e questionamentos; mas não percebe que,  de nada vale esconder insignificâncias, intitulando-as de mistérios da Obra Revelada

Desde que as cercas foram rompidas, as estradas estão cheias… de centenas de retirantes doentes de mentiras, profetadas, revelagens e sonhos…

Devemos compreender o emprego da expressão absorvem a OBRA, o desnudar da erronia generalizada  e as consequências das feridas e mazelas provenintes do sistema, devido ao fato incontestável de que em nenhuma hipótese será admitida a não-absorção da doutrina revelada (1); caso contrário, não se forma a mentalidade (conduta) de Obra na mente de cada servo da Obra. Faça um favor a sua alma e entenda isto, porquanto é longo o processo de retirada da servidão.

Então, a descoberta do escondido além das cortinas escuras exige que honestamente perguntemos: o que estava na mente do mestre-primaz ao escrever essa apostila e empregar a expressão absorvem a OBRA? Logo descobriremos que esta introjeção é mandamental, mesmo porque continua inquestionável o mistério da Obra conduzindo a outro mistério da Obra: o poder do chefe eclesiástico nunca deve ser subestimado… e mais: o tempo corre contra os retirantes…

Evidentemente, a expressão absorvem a OBRA merece a devida atenção no enfoque da compulsão à repetição, porquanto o mestre-mor recorda e repete a doutrina revelada e a cada dia o mistério da Obra fica mais sofisticado. Motu perpetuo. Nunca se esqueça destas expressões no processo de formação de cada capítulo da doutrina revelada: compulsão à recordação, repetição e sofisticação no encadeamento das alegorias, espiritualizações de frases isoladas do conteúdo e do contexto do Livro Sagrado. Porquanto é deste modo  que as  idéias humanas incorporam o chamado  projeto de salvação. Por conseguinte, entenda as dificuldades enfrentadas pelos retirantes, a fim de finalmente, serem salvos da servidão.

Felizmente, até a intuição nos credencia a dizer, que a expressão absorvem a OBRA começa no contexto da dissimulada linguagem do não-pensamento com que os crédulos engolem a doutrina revelada… e ficam felizes; mas nunca pensam. Leia o artigo indicado. Pense nisto.
Infelizmente, este ardiloso não-pensar IMPEDE a compreensão de  aspectos da doutrina revelada confrontados com criterioso exame do Livro Santo no contexto da Nova Aliança. Iste impedimento é grave, irmãos. No entanto, é assim que a monarquia movimenta os negócios, os seminários da Obra e trabalha, sem que a membresia desconfie que o jargão mistérios da Obra inclui princípios da psicologia de recordação, repetição, sofisticação e treinamento.

Neste enquadre, caso o chefe icemita muito religioso invente mais um capítulo de doutrina revelada, o faz com a astúcia da linguagem do não-pensamento, ciente de que imediatamente algum membro da elite apresente profetada ou revelagem confirmando o que ele disse. O encadeamento da hierarquia monárquica obriga a obediente prontidão dos servos da Obra nessa pronta-resposta, pois foram formatados para fechar cerco em proteção à doutrina revelada. Ora, entre eles está em vigor o implacável mandamento: “Não toqueis nos meus ungidos.” Portanto, o formatado icemita está ciente de que, dentro das cercas de arames farpados nada de perguntas e muito menos de questionamentos. Regimento interno? Pra quê?!!

No entanto, a doutrina revelada estabelece o conceito de que o DON (Doutrinas, Orientações e Normas do Presbitério cf. arts. 5º e 25 do Estatuto da ICM-PES é inquestionável mistério da Obra que veio da eternidade, onde os meios de graça resultam de revelação. Isto não faz sentido, alguém dirá e concordamos; pois, quando o Novo Testamento menciona a “doutrina dos apóstolos” (gr. διδαχη των αποστολων – At. 2.42 – TR), fala do que é fidedigno e fundamental para a “igreja de Deus… corpo de Cristo” (1 Co. 1.2; 12.27), esta sim! mistério de Deus, poder de Deus e sabedoria de Deus. Portanto, nenhuma relação existe entre a “doutrina dos apóstolos” e a doutrina revelada do eclesiasticismo filosófico institucionalizado na ICM-OBRA na base de empulhação.

Neste contexto, quando o mestre-primaz escreve e reescreve as lições para os discípulos, ele demora em cada espiritualização de frases das Escrituras Sagradas. Cada assunto apresentado, recordado, repetido e sofisticado objetiva a obediência dos servos da Obra. Definitivamente! Nada foge destas paredes de pedras  e do contexto da doutrina revelada formatadora dos obedientes servos da Obra. O esforço é para o erro.

Nunca duvide da habilidade e inteligência do mestre-mor neste propósito, sem o que a expressão absorvem a OBRA perde o seu sentido. Os formatados icemitas não mais pensam e apenas louvam a Obra Maravilhosa; porque o entretenimento deles é mantido com a linguagem do não-pensamento que dá asas ao falso profetismo. Pensem: enquanto o mágico-mor joga os malabares, os boquiabertos icemitas exclamam: OBRA MARAVILHOSA!

O que se deseja com a ardilosa doutrina revelada além da letra, é que os crentes icemitas estejam livres de pensamentos próprios. Então, preste atenção ao emprego do verbo absorver na expressão absorvem a OBRA. Os dicionários nos dão o significado de absorver (lat. absorbere): embeber em si; recolher em si; sorver. Enquanto escrevia a apostila, o mestre dos mestres imaginava a doutrina revelada como: 

  • 1) água celestial que veio da eternidade aos carentes, miseráveis e sedentos dos mistérios da Obra além da letra;
  • 2) a derradeira fronteira da espiritualidade gloriosa e imutável pensamento que doa a doutrina revelada aos servos da Obra;
  • 3) algo que somente o bispo-monarca pode ministrar;
  • 4) o destilar dos favos de mel mais desejáveis que o ouro puro e refinado;
  • 5) o desvendar da Bíblia além da letra.
O insinuante poder da linguagem do não-pensamento, diante das convicções do formatado como servo da Obra, escancara aberturas de alucinações em direção ao falso profetismo. Nada obstante, este não-pensar introjeta na mente dos beatos o que está além da letra definitivamente distorcido da linguagem das Escrituras Sagradas. Entenda o ardil, o engodo instalado na mente daquele que não-pensa: o costumeiramente distorcido e imaginável além da letra foge ao controle do mestre-mor, que nunca obedece às regras de Hermenêutica enquanto estimula a imitação; porquanto isto que ele faz torna-se o modelo, o paradigma dos valetes (escrevi valetes) que o imitam. Então, com augusta autoridade eclesiástica de formador de opinião religiosa ele ordena: 
  • Cada servo da Obra deve EMBEBER EM SI a doutrina revelada (formada na base de alegorias, espiritualizações de frases das Escrituras e idéias que sempre guiaram o monarca quadragenário), assim como o soldado embebeu a esponja de vinagre e estendeu o caniço ao crucificado.
  • Cada servo da Obra deve RECOLHER EM SI o DON (emanado do mais alto da corte maranática), guardando-o no mais íntimo do coração e mente, preservando-o como um grande e precioso tesouro – uma pérola de grande valor.
  • Cada servo da Obra deve SER DESPOJADO DE PENSAR POR SI MESMO, despojado de questionamento, esvaziado do intelecto, da razão e da vontade; para SORVER tudo o que é ensinado nos seminários da Obra assim como alguém bebe aos sorvos (goles) algo que o embriagará com esperanças no porvir.
No contexto de esquizofrenia religiosa não se formatam icemitas e obreiros sem compulsão à repetição. Ou melhor: o chefe religioso quer evitar o desprazer de não conseguir grande multidão de servos da Obra. No final da vida acaba em frustração o que deveria ser prazer. Tédio!
O alvo é facilitar a introjeção (2) da mentalidade (conduta individual) de Obra em cada um dos servos da Obra como poder de submissão; mas atenção! este não é o poder de Deus. Ora, o icemita está formatado no poder persuasivo de religiosidade sutil que dispensa a ardente e bíblica “fé em Jesus”. Portanto, diante do fato de que na frase absorvem a OBRA a ação verbal está no presente do indicativo, o desígnio inconsciente na construção da doutrina revelada é embebedar os beatos com alegorias, ambigüidades, e espiritualização de frases das Escrituras (base das heresias que escoam do palácio da rainha desfigurada).

Porém, a introjeção é investida contra liberdade de crer (exercer fé) em Jesus e de pensar os pensamentos de Deus, conforme expostos no Livro Santo. E daí? Não é o que se pretende com a linguagem do não-pensamento? Não é o que se pretende com o pior dos capítulos da HERESIA ICEMITA?  Não é o que se pretende com a Mensagem para Pastores disposta a fechar as bocas e mentes dos que fazem perguntas sinceras e dos questionadores?
Pois estejam certos de que, dominadores dos rebanhos de Deus agem assim mesmo. O gedeltismo impôs o medo na mente dos obedientes servos da Obra como padrão de espiritualidade religiosa e sectarista; e depois de incutir o medo, o monarca proclama: estes serão usados. Portanto, a Obra é exaltada como a Igreja Fiel em detrimento do que o mestre-primaz denomina de Mescla, ou seja: as demais denominações evangélicas que ele considera mistura com profanas religiões.
Por conseguinte, a doutrina revelada introjetada na mente do servo da Obra age inconscientemente nas vinte e quatro horas de cada dia; e faz o formatado expressar a espiritualidade com o costumeiro maranatês. Loucura! Não é de admirar que, as frases introjetadas na mente dos crentes icemitas impedem o ato de agir biblicamente com liberdade  Os icemitas estão impedidos de pensar os pensamentos de Deus… e acham que pensam.
Por oportuno, de diversas apostilhas e matérias difundidas nos Maanain’s, como parte do Corpo da Obra e do aperfeiçoamento dos dons (aburdo inexplicável), citaremos alguns jargões que descem das escadarias do palácio da rainha desfigurada:

·         A diferença desta Obra é que o Senhor fala aqui, não é como a Mescla.
·         A ICM é a Obra o resto é manobra e sobra.
·         A Obra é filho único.
·         A Obra é minha vida, a minha vida é a Obra.
·         A Obra não pode ser exposta.
·         A religião vive a letra, esta Obra vive além da letra.
·         Esta Obra conhece a revelação, tem culto-profético, madrugada etc.
·         Esta Obra é completa, perfeita e revelada: não tem dedo do homem.
·         Esta Obra é dinâmica, caminha na velocidade da luz, vive o projeto de salvação.
·         Esta Obra é do Espírito, não é obra de homens como na religião.
·         Esta Obra é nossa locomotiva para a eternidade.
·         Esta Obra é para valentes, não queremos covardes. Pode sair.
·         Esta Obra é profética, o Senhor fala só aqui.
·         Esta Obra é tudo para nós, devemos dar a vida por ela.
·         Esta Obra Preciosa é a menina dos olhos de Deus.
·         Esta Obra Preciosa é filha única.
·         Esta Obra vive o projeto de Deus, não vive a religião.
·         Na Obra a Doutrina é vivida no Corpo.
·         Na Obra a Palavra é Revelada.
·         Na Obra não damos lugar para o destaque do homem.
·         Na Obra não damos valor à aparência.
·         Na Obra não temos pastor famoso como nos movimentos.
·         Na Obra os pastores não recebem salário, isso é coisa da Mescla.
·         Não troco essa Obra nem pela minha família.
·         Nessa Obra Preciosa não temos teologia, temos a Palavra Revelada.
·         O que seria de nós, se não fosse essa Obra Preciosa?
·         O servo dessa Obra é nobre, são varões valentes, servas valorosas.
·         Para onde iremos nós, se sairmos dessa Obra Maravilhosa?
·         Só a Obra tem o dom da sabedoria que os movimentos carecem.
·         Só na Obra temos a revelação de Cantares de Salomão.
·         Só nessa Obra encontramos a revelação.
·         Só nessa Obra temos louvores revelados.
·         Temos a consulta à palavra, só a Obra conhece este segredo.
·         Temos os meios de graça que são segredos dessa Obra.
·         Todos os que absorvem a Obra são aqueles que serão usados.

Por oportuno, como fruto da doutrina revelada espalhando o “fogo estrannaunidades locais da ICM-PES, o emprego desses jargões é manipulador e opressor. Pelo oposto, o propósito do “evangelho da graça de Deus” é absolutamente diferente, oportunizando a nossa liberdade de expressão. 


Portanto, absorver a Obra é coisa de dominadores do rebanho. Iludidos com a linguagem do não-pensamento que fundamenta mais heresias confirmadas com o falso profetismo, o erro cresce como fogo em palha seca e destrói pessoas. Observe e pense. Os erros se amontoam… e os retirantes enchem as estradas… 
   
 Pressentimentos não devem ser ignorados.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sobre o Grão de Mostarda

"Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo;
O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos."
Mt 13.31,32




Para começar gostaria de apresentar-lhes o momento histórico no qual o Senhor Jesus apresentou a parábola da semente de mostarda.
O povo de Israel estava prisioneiro do poder romano e as profecias falavam da libertação de seu jugo. Os judeus esperavam no cumprimento da profecia, o reino de Deus, a vinda do libertador; só que tinham eles um conceito errado de como o libertador apareceria, o aguardavam como um guerreiro dirigindo suas hostes militares para derrotar o Império Romano e estabelecer o reino de Deus nesta terra. Eles esperavam um reino de luxo, de luzes e de glórias terrenas.

Quando o Senhor Jesus apareceu, veio de um modo que contrariou suas expectativas. Surgiu como uma criança indefesa, nascido numa manjedoura, rejeitado e desprezado pelos homens. Não era esse o tipo do libertador dos anseios do povo judeu.
Então, já adulto, o humilde carpinteiro passou a convocar homens para fundar Seu reino nesta terra. Chamou pescador, cobrador de impostos entre outros; formado um grupo de doze homens, começaram segui-lo, temerosos e perguntando-se: "Será que estamos tomando a decisão correta?" "Será que estamos acertando deixando o nosso trabalho, que é a fonte do nosso sustento, para arriscar o nosso futuro com alguém que prega o reino de Deus, mas sem aparato do mesmo?"

O Senhor Jesus observou a dúvida que martelava o coração dos seus discípulos, e então apresentou a parábola da semente de mostarda; querendo dizer que o reino de Deus pode parecer pequeno no início, mas que crescerá como uma árvore que um dia as aves do céu chegarão para se aninhar nela.
O Senhor Jesus apresenta seu reino, muitas vezes, de uma maneira completamente diferente de como os homens esperam que seja. Ele diz, por exemplo, que: "Mas o maior dentre vós será vosso servo." (Mateus 23:11)

Ninguém quer, em nossos dias, ser o menor. Todos querem ser os maiores, mas o Senhor Jesus coloca uma filosofia contrária a filosofia dos homens. "... o maior entre vós seja como o menor; e aquele que governa seja como o que serve." (Lucas 22:26)

Em nossos dias, ninguém quer ser servo, mas quem quer participar do reino de Deus tem que estar disposto a servir se quer ser o primeiro.

O reino de Deus é comparado sempre a coisas pequenas. A morte é vida no reino de Deus. Aquele que quer encontrar a realização pessoal tem que renunciar a si mesmo. Vivemos em dias quando todo mundo quer tudo para si. Jesus vem e diz: "... Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue..." (Mateus 16:24)

Jesus está dizendo que se você quiser participar do reino de Deus tem que andar na contramão desta vida. Não combina com a filosofia dos homens. Os homens, para vencer, matam. Cristo para vencer, morre. Os homens para se realizarem, pisam, humilham. Cristo para se realizar, renuncia a Si mesmo. O reino dos homens é feito de luzes, pompa, luxo, poder e forças militares. O reino de Deus é como a semente de mostarda, pequena e menosprezada.

Você quer participar do reino de Deus? Tem que pedir a Deus que mude sua maneira de pensar. Tem que estar disposto a ser enterrado como o grão de mostarda para renascer, para quebrar a crosta da terra e ressurgir para uma nova vida.
Você quer participar do reino de Deus? Não tenha medo quando as pessoas rirem de você, fizerem pouco caso ou o ridicularizarem por causa de sua fé. Não tenha vergonha quando o humilharem, quando porventura, tiver de perder o emprego por causa de teus princípios cristãos, quando tiver que ser honesto em meio a um mundo corrupto. Não tenha medo, pois o reino de Deus sempre andará na contramão da vida.

Ao apresentar a parábola da semente de mostarda o Senhor Jesus está falando de três coisas:
Primeira: a certeza do Seu reino;
Segunda: o crescimento do Seu reino;
Terceira: a universalidade do Seu reino.

Quero analisar, em primeiro lugar, a certeza do Seu reino. Em Mateus 12:28, o Senhor Jesus disse: "Se, porém, eu expulso os demônios, pelo Espírito de Deus, certamente é chegado o reino de Deus sobre vós."

O que Ele está querendo dizer é que onde Jesus entra, onde Seu reino se estabelece, as forças do inimigo tremem, o inimigo foge, não pode suportar a presença do Senhor Jesus. Ele é a vida e onde entra a vida, a morte não tem mais lugar. O diabo pode ferir seu corpo, mas não pode ferir sua alma. Pode matar o seu corpo, mas não pode matar a esperança da vida eterna.

O grão de mostarda é o símbolo da certeza do reino de Deus. Quando a semente é enterrada, passa um dia, passam dois, três dias e parece que nada acontece, parece que tudo acabou. Se porventura você abrir a terra vai encontrar a semente apodrecida, vai pensar: "acabou mesmo." Mas o que você não sabe é que para que brote nova vida é preciso que essa semente seja enterrada e que apodreça e então, de onde parece que não há mais esperança, brota uma nova planta com nova vida, para produzir muitos frutos.
O Senhor Jesus morreu na cruz do Calvário. E quando Ele morreu, o diabo pensou que tinha vencido: "Morreu, eu O matei!" Mas no terceiro dia, Jesus ressuscitou e estabeleceu para sempre o Seu reino.

Queridos, os homens podem destroçar os nossos sonhos por um dia, dois dias talvez, mas ao terceiro dia nossos sonhos ressuscitarão. Os homens podem humilhar-nos por causa de nossa fé, na sexta-feira, no sábado, mas chegará ao domingo e nós seremos glorificados no conceito do reino de Deus; os homens podem ferir nosso corpo por um dia, dois dias, mas ao terceiro, nós seremos curados. Esta é a promessa da semente da mostarda. E tem algo mais, quando você pensa que a mostarda desapareceu, acabou e que a semente apodreceu, ela lhe dá uma grande surpresa: a vida renasce de dentro da tumba.

Por Eduardo Jr (Edu)


sábado, 5 de março de 2011

O Jesus Que Eu Não Conhecia


Este é o Deus cujo caminho é perfeito; a palavra do Senhor é comprovadamente genuína. Ele é um escudo para todos os que nele se refugiam. Sal 18.30



 



“A Palavra de Deus é a Verdade! E não importa onde estejamos, quando você se abre para a Palavra, o Espírito Santo faz as mudanças necessárias, basta crer.
Na minha busca por Deus e por Jesus, um dia conheci uma doutrina que me apresentou um Jesus como sendo um "espírito evoluído". Por 15 anos estive dentro dessa filosofia de vida espiritual a qual ensina que a cada reencarnação vamo-nos elevando espiritualmente e que os erros que hoje cometemos serão reparados em outras novas vidas através de ciclos reencarnatórios. Gostei tanto dessa forma de ver as coisas que até me tornei um ativo divulgador, pregando-a proferindo palestras e escrevendo sobre seus ensinamentos, vivendo plena certeza de que assim fosse. Porém, um dia, passando pelos problemas da vida, abri um livro do qual passei muitos anos sem dar a devida importância: a Bíblia. Neste dia, sozinho em meu canto, ao acabar de ler ali apenas um só capítulo, disse com plena convicção: Neste livro está Deus! 
Naquele momento, Deus e seu Filho foram revelados para mim. Naquele momento outro mundo se descortinou em minha vida. Pude entender onde está Deus após longa busca. A partir de então passei a me reter na Palavra de Deus manifesta pela Bíblia. Confesso que houve um forte choque em minha mente, mas era nítida a Luz da Verdade entrando em minha vida, e onde essa Luz entra não sobra mais espaço para outras filosofias.
Jesus sempre foi alguém que acreditei existir, mas só pude entendê-lo verdadeiramente quando, naquele dia que, por livre espontânea vontade, o aceitei como meu Senhor e Salvador, o Cristo, o Filho Unigênito de Deus concedido a nós para a paga definitiva de todos os nossos erros.
Compreendi então o plano de Deus para todos nós. Que seu maior cuidado é para que reconheçamos seu Filho como O caminho, A verdade e A vida, já que não há outros meios senão o Cristo para se chegar até o Pai. E assim entendi o que é a justiça e o amor de Deus, simplesmente pela fé. E nesse mundo de erros, desacertos e sofrimentos Deus se mostra justo e bom quando, estando ao nosso lado, apresenta, aqui mesmo, a saída, Jesus - o único mediador entre os homens e Deus.” 
Uma história verídica, por Arnaldo Andrade Santos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Respondendo aos insultos de um espírita

 ”Como é mesmo heim, vocês acreditam em gigantes???
Humm parece-me mitologia..rs”
Difícil de compreender quando sua religião se apresenta como via exclusiva de salvação, né? O Cristo é para todos!
Disse Jesus:
 “Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles”. Mt 18.
20.”

Quer ridicularizar? Usar de sarcasmo? Ironias? Então vamos lá...

Meu querido se formos pegar versículos isolados para justificar nossa fé ou credo, ou simplesmente nos justificar a nós mesmos, não precisaremos crer em Jesus, e nem mesmo em Deus; é só procurar...

Realmente, o Cristo ressurreto é para todos... OS QUE CREEM! Que não é o vosso caso! O que me apresentas é uma total rejeição à doutrina do Cristo ressurreto e tua própria salvação alcançada através de teus esforços... Tudo a ver com o evangelho!! Ainda diz que Cristo é para todos!!! Qual Cristo? O fluido do espiritismo? Ah tá, assim tudo bem.

Mas não tens respondido a minha pergunta, principalmente a que faço com referência bíblica; por exemplo, eu perguntei sobre a conversa de Jesus no caminho de Emaús com seus discípulos... Não hás de responder e me explicar que conversa era aquela, visto que em teu credo ele não ressuscitou?

Ainda há outros textos... O próprio Jesus dizendo que haveria de padecer e ao terceiro dia ressuscitar... Irão dizer que ele falava do espírito?
O espírito daquele que morre volta pra Deus que o deu. Jesus ressuscitou várias pessoas e de nenhuma apresentou ou diferenciou o tipo de ressurreição que teria ele próprio, pois se não fosse à mesma daqueles o teria dito.

Você citou: “É pelo Evangelho que vocês serão salvos, contanto que o guardem do modo como eu lhes anunciei; do contrário, vocês terão acreditado em vão”. 1 Co 15.2

Esse mesmo Paulo aqui apresentado também disse que a pregação da cruz é LOUCURA para os que não a entendem! O que me dizia mesmo a cerca de gigantes?

Sabe o que mais me irrita em doutrinas/religiões como a espírita? É a estratégia de Satanás através delas, é fazer uso da patente de Jesus pra se obter prestígio e crédito; porque não precisam dele, não creem nele... Mas se apresentassem a religião pura e simples sem rodopiar em torno da bíblia, nem fazendo uso do nome do Senhor, quem daria seguiria? Ora, se o maior de todos os feitos de Jesus foi o de se dar como o cordeiro pro sacrifício pelo pecado da humanidade, e o espiritismo rejeita a isso, para que o nome de Jesus? Só por uns ensinozinhos e filosofias de como ser reto? O budismo e mais um monte de religiões no mundo têm e sem fazer uso da doutrina de outrem. Pensem nisso os seguidores de espíritos enganadores!!!

É sempre ao pé da letra quando convém... Quando se fala literalmente da morte e ressurreição, do sacrifício, aí se dá uma guinada de 720 graus para fluidos e explicações das mais estapafúrdias para invalidar o Caminho da salvação, e estabelecer o seu próprio!!! Afff
E qual é esse? O de nascer, morrer, nascer, morrer, nascer... Morrer... Nascer de novo... Morrer de novo... ... ... ... ...Infinitamente!! O pior: nunca aprende NADA com as vidas, ditas, passadas, pois a cada dia a humanidade vai de mal a pior!
Ou seria porque a humanidade não faça parte dessas “evoluções”, mas somente aqueles que abraçam as muitas mortes e vidas, mortes e vidas... ... ... ... ...?

Mas escrito está:

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo". Heb 9.27

“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (maldição)”. Gal 1.8

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Contado por uma ex espírita



Do espiritismo para os braços do Pai 

Gostaria de compartilhar meu testemunho e das experiências com Deus.
Nasci num lar católico. Estudei em colégio de madres a vida inteira. Desde a alfabetização até o último ano científico (atual ensino fundamental). Meu pai era muito envolvido com a igreja, amigo dos padres, cônegos e bispo. Fazia retiro espiritual todo ano, na época do carnaval. Nosso envolvimento era tão grande que já teve época do bispo passar o natal na nossa casa.
Eu, particularmente, sempre fui muito espiritual. Sempre tive um amor por Jesus, que me fazia chorar quando criança, na época da semana santa. Ficava realmente triste com o sacrifício de Jesus.

Mas o envolvimento com a igreja católica foi diminuindo, à medida que a adolescência foi chegando. Missa, só de vez em quando. Até que na minha juventude veio às minhas mãos um livro espírita, chamado “senzala”. Me apaixonei pela doutrina espírita. Era uma coisa tão lógica, tão racional, que eu comecei a engolir livros e livros espíritas. Comecei a freqüentar o Centro Espírita, fiz cursos, assistia palestras, mergulhei de cabeça. Conheci pessoas de coração bom. Pessoas realmente caridosas e que vivem para isso. Eu era uma espírita chata, que tentava convencer todo mundo que o espiritismo era a doutrina mais certa, mais lógica e mais racional. Afinal, Deus era justo e não podia deixar uma pessoa nascer aleijada sem motivo.

Mas, algumas coisas me incomodavam. Primeiro, eu não me sentia bem nas reuniões mediúnicas, onde aquelas coisas agressivas que se manifestavam eram chamadas de “irmãozinho”. Além disso, como eu me mudava muito de cidade, percebia que em cada lugar, o espiritismo tendia para um lado. Por exemplo, uns eram mais místicos, misturavam a doutrina espírita com outras doutrinas espiritualistas. Terceiro e principalmente, sempre tive muita vontade de estudar a bíblia, mas não conseguia. Me lembro de ter feito esta proposta para o presidente de uma casa espírita na minha cidade e a receptividade dele foi ótima, ele realmente gostou da idéia, mas (claro) nunca conseguiu implantá-la. Durante os dez anos que eu tentei me aprofundar no Kardecismo, minha vida era um desacerto. Tinha pesadelos horríveis e diziam que era o desenvolvimento da mediunidade. Minha filha caçula via vultos, mãos, tinha medo de tudo, não ficava sozinha nem por um instante, e quanto mais ela tomava *“passes”, pior ficava. Conversava com os dirigentes da casa espírita e eles diziam que era a mediunidade dela que estava aflorando. Meus problemas, sempre que eu buscava ajuda, encontrava a resposta que deveria ser forte para encontrar a saída. EU tinha que ser forte. Mas como? Eu ouvia lá dentro: ”conhecerás a verdade e a verdade te libertará”, mas eu não me sentia livre. Onde estava então a verdade?

Até que um dia, depois de uma audiência trabalhista, conversando informalmente com o Juiz a esse respeito, ele me convidou para fazer um estudo bíblico na casa dele, porque a esposa dele era pastora, apesar de estar se desligando da igreja na época. Aceitei imediatamente, mas deixei claro que já tinha religião e não pretendia trocar.

Foi aí que minhas experiências com o Deus vivo começaram. Comecei a freqüentar sozinha os estudos, mas com o passar do tempo fui levando toda a minha família.  Uma noite, sonhei que estava com muita sede. E bebia água sem parar. Dormindo, no sonho eu pensei, essa sede não é de água..... Acordei com o discernimento do sonho.

Alguns dias depois, sonhei que estava diante de uma arvore muito grande e surgia diante de mim uma mão, com uma muda de uma plantinha dentro da mão. E uma voz me dizia para cortar aquela árvore e plantar aquela muda. E eu falava: mas esta árvore está tão grande... E a voz me dizia que aquela plantinha ficaria uma árvore ainda maior. Acordei também com o discernimento desse sonho. Sabia exatamente que era Deus que estava falando comigo.

Com o passar do tempo, comecei a questionar a doutrina espírita, porque em confronto com a palavra ela não subsiste. Mas a reencarnação ainda estava arraigada no meu coração. E quando eu comecei a questionar isso no meu coração, sempre que eu abria a bíblia, saía no trecho que eu mais ouvia no centro espírita para justificar a reencarnação: “é necessário nascer de novo”, ou seja, a passagem de Nicodemus. E perguntava a Deus, no meu coração, Senhor, o que o Senhor Está querendo me falar, existe ou não existe reencarnação? E sempre que eu abria a bíblia, saía este trecho. Comecei a pensar que minha bíblia já estava marcada nesta página. Até que um dia, numa viagem com a família, peguei a bíblia de um dos meus filhos e abri aleatoriamente. Saiu esse trecho. 

Fiquei apavorada. Joguei a bíblia longe. Mesmo assim, não conseguia alcançar o entendimento. Até que um dia, pensei assim, se existe reencarnação ou não, eu ainda não sei, mas vou viver como se eu tivesse apenas uma vida, uma única oportunidade. Aí, descansei em Deus. Fui estudando a bíblia nos cultos nos lares sem me preocupar com esse detalhe. Até que Deus me conduziu para um texto em Hebreus 9:27 que diz: “E assim como ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo, assim também Cristo...” Pronto. Aí estava a resposta.  Não se fala em reencarnação, apenas em morrer uma única vez. Obrigada, meu Deus. À partir daí, fui aprendendo mais de Deus e da sua palavra. Vi que tudo o que foi profetizado pelos antigos profetas se cumpriram, dando total credibilidade à palavra, à bíblia. O nascimento de Jesus foi uma das mais ricas dessas profecias.
Hoje tenho mais experiências para contar, mas aí, seria outro capítulo.

Sei que não sou melhor que ninguém, por isso, como Deus agiu de forma tão poderosa na minha vida, pode agir na vida de tantos quantos queiram conhecer a verdade.
Um grande abraço.
Fique na paz do Senhor.
Por Leonor.




*O passe é uma prática amplamente difundida entre os espíritas, que consiste, grosso modo, na imposição das mãos feita por um indivíduo, que recebe o nome de passista, sobre outro, que se acha geralmente sentado à sua frente, num ambiente à meia-luz.
Segundo diversos teóricos e praticantes do espiritismo, o ato teria o poder de canalizar “fluidos” ou “energias” benéficos, oriundos do próprio passista, de bons espíritos, ou ainda de ambas as fontes somadas. A prática integra habitualmente o chamado tratamento espiritual.


domingo, 24 de outubro de 2010

Algumas Memórias

Minha conversão - parte I
Na mesinha do rádio...

           
            Desde a adolescência quando lia a bíblia, principalmente os evangelhos, eu sentia um desejo enorme de tê-la como o referencial para minha vida; até sonhava para um dia quando tivesse minha família reuni-la em torno da mesma e anunciar: “nós vamos viver conforme o que está escrito aqui...”
            Naquela época eu não conhecia a igreja do Senhor e a crente nenhum, salvo somente por chamarem de crente à minha vizinha e o filho dela; o que eu desconhecia a razão e o porquê.

  
  



           Morávamos num sítio. Meu pai era agricultor. Lembro que pouco antes da hora do almoço ele chegava em casa, assentava-se em sua cadeira preguiçosa, ouvia as notícias no seu rádio antigo (e a pilhas, pois nessa época era luz de candeeiro), e a crônica de um padre__ e ali mesmo também lia a bíblia.
          Meu pai nunca foi crente, embora tenha sido o responsável indireto pela minha conversão.
           Não sei explicar a razão de meu interesse, todavia nos poucos instantes em que ele saía para almoçar que deixava a bíblia na mesinha do rádio, eu, em vez de seguir junto, aproveitava sua ausência, sentava em sua cadeira e passava a lê-la. Com muito cuidado (hoje percebo que o sagrado para muitos está mais na estética que no seu conteúdo, e era assim para meu pai, que tinha muitíssimo zelo com suas bíblias)!
           Com o crescente interesse tive coragem e pedi para levá-la comigo pro meu quarto; sem entender o motivo e com muitas recomendações ele me deixou levar: que emoção!
 Adorava ler Deuteronômio, mas às vezes me perdia dele e caia em Sabedorias e Eclesiastos. Só depois de muito tempo percebi que aqueles livros basicamente eram uma compilação do Deuteronômio e Provérbios.

  Hoje observando alguns que não se achegam a Deus em submissão, sujeição e fé através de sua palavra, percebo o quanto fui feliz pela fé que ele me reservou, de crer e amá-la imensamente. Essa fé e amor eram tanta que hoje nem sei como era possível: até a leitura das Leis me era aprazível!

  Na cidade, onde passava a semana devido a escola, eu tinha uma bíblia de bolso daquelas pequeninas que toda casa tem de distribuição gratuita: Novo Testamento, Salmos e Provérbios. Quanto choro ao terminar a leitura do evangelho de Mateus: “por que o mataram? Ele poderia estar vivo ainda hoje, e eu iria segui-lo onde ele fosse”!

              Só depois de muitos anos é que pude ter a enorme alegria de constatar com minha fé e enxergar com meu coração que ele está VIVO, que ele é vivo: ELE VIVE!

              Aos meus dezoito anos me encontrava em São Paulo, e um dia ouvi de uma jovem que, o Papa teria muito do que prestar conta se não se arrependesse... Fiquei curiosíssima, mas ela estava mais a fim de paquerar e não me explicou nada, apenas me sugeriu que eu fosse à igreja tal. Não fui!            
            De volta à minha cidade, agora aos meus vinte e dois anos, aconteceu de um dia a turma da escola fazer uma peça teatral e o salão usado foi o paroquial da igreja católica; e enquanto todos pegavam os bancos da igreja para o salão, o filho de minha antiga vizinha se recusava terminantemente entrar no templo; depois daquela noite insisti para que me dissesse o motivo, mas ele se recusou me falar. 
           Passados dois anos e finalmente em SP novamente, fiz amizade com um adolescente num cursinho pré-vestibular, e ele era crente. 
            Vinda do interior nordestino, cautelosa, era muito difícil me enturmar com uma moçada de um comportamento típico da cidade grande. O Oxler era o tipo de amizade que eu já tinha na minha cidade, um rapaz sério, calmo, responsável, amigo, etc. Ele sempre me convidava a ir ao templo de sua igreja; eu não me sentia a vontade para atender o convite indo sozinha, também teria de ser a pé, era contramão para o ônibus, e ficava há meia hora, à noite...
            Num sábado, dia do curso, o Oxler passou mal; no domingo fui até  a igreja na esperança de encontrar alguém que me desse notícias dele; mas lá ele estava, e comigo já ali foi fácil me convencer ficar.                                    

             Encontrei-me exatamente com aquilo que amava: a palavra de Deus! Fiquei encantada ao ver que todos ali acompanhavam cada leitura com a sua própria bíblia, outros fazendo anotações em agendas... 
            Fui muito bem recebida por todos na Comunidade da Graça, e adotada como filha pela família do jovem Oxler.
            No início sem nenhum entendimento ainda, e como estava decidida por encontrar Deus definitivamente, eu saía de casa cedo, às seis horas, passava alguns minutos na católica, que ficava próxima à minha casa, e depois seguia para a Comunidade, porque lá o culto começava mais tarde. Oxler sabia disso, mas nada me falou. No dia em que ouvi sobre a idolatria o questionei, e cobrei dele ter me mantido na mentira podendo ter me falado a verdade... Ele julgou fazer por sabedoria!
             Nem toda a atenção que tiveram comigo ao me receberem fez que eu amasse a denominação mais do que a palavra de Deus; e um dia ouvi alguém falar da existência do dom da profecia, além do dom de língua que lá havia, e que Deus ainda hoje falava diretamente com  o homem através de um profeta. Perguntei sobre o assunto a uma jovem, mas ela me enrolou e não respondeu, apenas lamentou que não tivesse escola bíblica dominical... Fiquei quieta. Até que um dia quando ia subindo para o templo da Comunidade eu conheci um irmão que morava não muito distante de minha casa, ele era pentecostal e estava indo ao templo de sua igreja também; subimos juntos conversando, e ele me convidou a ir conhecer sua denominação.
             De mim mesmo, creio, eu me sentia incomodada usando minhas roupas, embora nem fossem indecentes, eram simplesmente comuns; mas lembro que, quando sonhava viver conforme a palavra de Deus, também me imaginava usando roupas quase ao estilo das muçulmanas. Hoje rio disso. E embora considere algo bonito de se imaginar, não condiz com a maneira como tal vestiário é imposto, principalmente quando se apóia nas Leis e não na consciência individual para torná-lo indispensável à santidade e a pureza.
              Fui até ao templo da denominação do irmão Gilberto. E voltei lá outras vezes. Por fim, falei com um dos pastores comunicando minha saída. Ele lamentou que eu não tivesse tido nenhuma explicação sobre os dons, e que já estivesse decidida; e sua esposa que acompanhou nossa conversa deu testemunho de falsas profecias tentando me persuadir...
                Passei pouco mais de um ano na Comunidade da Graça.