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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Contado por uma ex espírita



Do espiritismo para os braços do Pai 

Gostaria de compartilhar meu testemunho e das experiências com Deus.
Nasci num lar católico. Estudei em colégio de madres a vida inteira. Desde a alfabetização até o último ano científico (atual ensino fundamental). Meu pai era muito envolvido com a igreja, amigo dos padres, cônegos e bispo. Fazia retiro espiritual todo ano, na época do carnaval. Nosso envolvimento era tão grande que já teve época do bispo passar o natal na nossa casa.
Eu, particularmente, sempre fui muito espiritual. Sempre tive um amor por Jesus, que me fazia chorar quando criança, na época da semana santa. Ficava realmente triste com o sacrifício de Jesus.

Mas o envolvimento com a igreja católica foi diminuindo, à medida que a adolescência foi chegando. Missa, só de vez em quando. Até que na minha juventude veio às minhas mãos um livro espírita, chamado “senzala”. Me apaixonei pela doutrina espírita. Era uma coisa tão lógica, tão racional, que eu comecei a engolir livros e livros espíritas. Comecei a freqüentar o Centro Espírita, fiz cursos, assistia palestras, mergulhei de cabeça. Conheci pessoas de coração bom. Pessoas realmente caridosas e que vivem para isso. Eu era uma espírita chata, que tentava convencer todo mundo que o espiritismo era a doutrina mais certa, mais lógica e mais racional. Afinal, Deus era justo e não podia deixar uma pessoa nascer aleijada sem motivo.

Mas, algumas coisas me incomodavam. Primeiro, eu não me sentia bem nas reuniões mediúnicas, onde aquelas coisas agressivas que se manifestavam eram chamadas de “irmãozinho”. Além disso, como eu me mudava muito de cidade, percebia que em cada lugar, o espiritismo tendia para um lado. Por exemplo, uns eram mais místicos, misturavam a doutrina espírita com outras doutrinas espiritualistas. Terceiro e principalmente, sempre tive muita vontade de estudar a bíblia, mas não conseguia. Me lembro de ter feito esta proposta para o presidente de uma casa espírita na minha cidade e a receptividade dele foi ótima, ele realmente gostou da idéia, mas (claro) nunca conseguiu implantá-la. Durante os dez anos que eu tentei me aprofundar no Kardecismo, minha vida era um desacerto. Tinha pesadelos horríveis e diziam que era o desenvolvimento da mediunidade. Minha filha caçula via vultos, mãos, tinha medo de tudo, não ficava sozinha nem por um instante, e quanto mais ela tomava *“passes”, pior ficava. Conversava com os dirigentes da casa espírita e eles diziam que era a mediunidade dela que estava aflorando. Meus problemas, sempre que eu buscava ajuda, encontrava a resposta que deveria ser forte para encontrar a saída. EU tinha que ser forte. Mas como? Eu ouvia lá dentro: ”conhecerás a verdade e a verdade te libertará”, mas eu não me sentia livre. Onde estava então a verdade?

Até que um dia, depois de uma audiência trabalhista, conversando informalmente com o Juiz a esse respeito, ele me convidou para fazer um estudo bíblico na casa dele, porque a esposa dele era pastora, apesar de estar se desligando da igreja na época. Aceitei imediatamente, mas deixei claro que já tinha religião e não pretendia trocar.

Foi aí que minhas experiências com o Deus vivo começaram. Comecei a freqüentar sozinha os estudos, mas com o passar do tempo fui levando toda a minha família.  Uma noite, sonhei que estava com muita sede. E bebia água sem parar. Dormindo, no sonho eu pensei, essa sede não é de água..... Acordei com o discernimento do sonho.

Alguns dias depois, sonhei que estava diante de uma arvore muito grande e surgia diante de mim uma mão, com uma muda de uma plantinha dentro da mão. E uma voz me dizia para cortar aquela árvore e plantar aquela muda. E eu falava: mas esta árvore está tão grande... E a voz me dizia que aquela plantinha ficaria uma árvore ainda maior. Acordei também com o discernimento desse sonho. Sabia exatamente que era Deus que estava falando comigo.

Com o passar do tempo, comecei a questionar a doutrina espírita, porque em confronto com a palavra ela não subsiste. Mas a reencarnação ainda estava arraigada no meu coração. E quando eu comecei a questionar isso no meu coração, sempre que eu abria a bíblia, saía no trecho que eu mais ouvia no centro espírita para justificar a reencarnação: “é necessário nascer de novo”, ou seja, a passagem de Nicodemus. E perguntava a Deus, no meu coração, Senhor, o que o Senhor Está querendo me falar, existe ou não existe reencarnação? E sempre que eu abria a bíblia, saía este trecho. Comecei a pensar que minha bíblia já estava marcada nesta página. Até que um dia, numa viagem com a família, peguei a bíblia de um dos meus filhos e abri aleatoriamente. Saiu esse trecho. 

Fiquei apavorada. Joguei a bíblia longe. Mesmo assim, não conseguia alcançar o entendimento. Até que um dia, pensei assim, se existe reencarnação ou não, eu ainda não sei, mas vou viver como se eu tivesse apenas uma vida, uma única oportunidade. Aí, descansei em Deus. Fui estudando a bíblia nos cultos nos lares sem me preocupar com esse detalhe. Até que Deus me conduziu para um texto em Hebreus 9:27 que diz: “E assim como ao homem está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo, assim também Cristo...” Pronto. Aí estava a resposta.  Não se fala em reencarnação, apenas em morrer uma única vez. Obrigada, meu Deus. À partir daí, fui aprendendo mais de Deus e da sua palavra. Vi que tudo o que foi profetizado pelos antigos profetas se cumpriram, dando total credibilidade à palavra, à bíblia. O nascimento de Jesus foi uma das mais ricas dessas profecias.
Hoje tenho mais experiências para contar, mas aí, seria outro capítulo.

Sei que não sou melhor que ninguém, por isso, como Deus agiu de forma tão poderosa na minha vida, pode agir na vida de tantos quantos queiram conhecer a verdade.
Um grande abraço.
Fique na paz do Senhor.
Por Leonor.




*O passe é uma prática amplamente difundida entre os espíritas, que consiste, grosso modo, na imposição das mãos feita por um indivíduo, que recebe o nome de passista, sobre outro, que se acha geralmente sentado à sua frente, num ambiente à meia-luz.
Segundo diversos teóricos e praticantes do espiritismo, o ato teria o poder de canalizar “fluidos” ou “energias” benéficos, oriundos do próprio passista, de bons espíritos, ou ainda de ambas as fontes somadas. A prática integra habitualmente o chamado tratamento espiritual.


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